segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Publicidade

[...] Ninguém é mais profundamente consciente da onipresença da propaganda do que os próprios publicitários, que vêem a inundação comercial como um claro e convincente convite por mais propaganda - e propaganda mais invasiva. Com tanta concorrência, afirmam as agências, os clientes devem gastar mais do que nunca para terem a certeza de que estão gritando tão alto que possam ser ouvidos por todos os outros. David Lubars, executivo sênior de publicidade no Omnicom Group, explica o princípio norteador do setor com mais franqueza do que a maioria. os consumidores, diz ele, "são como baratas, você os enche de inseticidas e eles ficam imunes após algum tempo".

Assim, se os consumidores são como baratas, então os profissionais de marketing devem estar sempre imaginando novas fórmulas para Raid de potência industrial. E os homens de marketing dos anos 90, como um nível mais avançado da espiral do patrocínio, têm zelosamente apresentado novas técnicas de venda, mais inteligentes e invasivas, para fazer justamente isso. Os recentes destaques incluem as seguintes inovações: Gim Gordon experimentou perfumar salas de cinema britânicas com aroma de baga de junípero; tiras do perfume "CK Be" da Calvin Klein foram colocadas no verso de envelopes de ingressos de concertos; e em alguns países escandinavos você pode fazer interurbanos "gratuitos" com anúncios interrompendo sua conversa ao telefone. E há muito mais, estendo-se por superfícies mais extensas e preenchendo a menor das fissuras: adesivos publicitários em frutas promovendo seriados cômicos da rede ABC, propaganda da Levi's em banheiros públicos, logomarcas corporativas em caixas de biscoitos Girl Guide, propaganda de discos pop em embalagens de comida para viagem e propaganda de filmes do Batman projetadas em calçadas ou no céu noturno. Já podemos encontrar publicidades nos bancos de parques nacionais, bem como em cartões de usuários de bibliotecas públicas, e em Dezembro de 1998 a NASA anunciou planos de colocar anúncios e, suas estações espaciais. A ameaça contínua da Pepsi de projetar sua logomarca na superfície da lua na superfície da Lua ainda não foi materializada, mas a Mattel pintou uma rua inteira em Salford, na Inglaterra, com um rosa "cor de chiclete berrante" - casas, pórticos,  árvores, rua, calçada, cães e carros, todos foram acessórios nas comemorações televisionadas do Mês Cor-de-rosa da Barbie. A Barbie é apenas uma pequena parte da crescente indústria de US$ 30 bilhões da "comunicação experimental", a expressão agora usada para abarcar a encenação desses "happenings" e performances corporativas de grife.

Klein, Naomi. A tirania das marcas num planeta vendido. Rio de Janeiro/São Paulo: Record,2002. p.33.

Queria pedir desculpas a todos pela demora em publicar novamente aqui no blog. De agora em diante pretendo postar mais, mantendo uma regularidade. 
Achei esse texto no meu livro de Geografia e gostei muito de algumas informações que ele nos trás, pois muitas mostram como esta a publicidade hoje em dia, em extrema ocorrência como lemos no texto. Casos como a tentativa da Pepsi projetar sua logo na Lua nos mostram o enorme valor que as empresas dão a suas propagandas, sendo elas um importante meio de venda desde p século passado. Como dizem por aí: "A propaganda é a alma do negócio."